Dos mais de 11 mil palestinianos mortos em Gaza devido aos bombardeamentos de Israel desde 7 de outubro, a maioria são crianças (4.506) e mulheres (3.027), segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza. Fotografias e vídeos revelam-nos um pouco da dimensão dessa tragédia: mulheres tentando proteger-se e aos seus filhos das bombas lançadas sobre ruas, casas, hospitais ou campos de refugiados. Homens e mulheres cavando com as mãos para tentar retirar crianças de escombros.
Não é só tentar fugir das bombas. Há fome, há falta de água e medicamentos, há falta de absorventes e tampões higiénicos, há a precariedade dos hospitais, quase todos destruídos, onde se torna quase impossível prestar uma assistência médica eficaz. Sem privacidade, sem água, sem medicamentos e tampões, as mulheres de Gaza usam pílulas para retardar a menstruação, recurso que pode causar efeitos secundários negativos.
Gaza tem 50 mil mulheres grávidas que não têm tratamento, acesso a médicos e centros de saúde adequados porque o sistema de saúde de Gaza está em colapso devido ao cerco imposto por Israel. “Todas essas imagens de bebés e crianças sob os escombros das suas casas ou no hospital com ferimentos deixam-me com muito medo pelo meu bebé”, disse uma jovem palestiniana à Aljazeera. “Todos os dias rezo para que a guerra acabe para salvar o meu filho destes mísseis que não têm piedade de ninguém”. Lutar contra a violência sobre a mulher hoje é, por isso, inseparável da luta contra o genocídio em curso em Gaza!
Redação Em Luta
Texto originalmente publicado no jornal Em Luta, N.º 13 – Novembro de 2023

