Há exatos 50 anos, o ditador Emilio Garrastazu Médici recebia os restos mortais de Dom Pedro I. Levado do Panteão Nacional Português, em Lisboa, a bordo do navio Funchal, para o que seria um dos maiores velórios da história do Brasil. As reminiscências de Pedro foram levadas a quase todos os estados – exceto Pernambuco, dada a revolta que o falecido ainda causava por lá devido à repressão à Confederação do Equador -, num cortejo fúnebre de 5 meses concluído no Museu do Ipiranga, em São Paulo, onde jaz atualmente. Mas somente a ossada fora digna de frete tão caro e espalhafatoso. Pois este foi o desejo dele próprio deixado em testamento, na véspera de sua morte: que o corpo ficasse no Brasil, mas o coração fosse doado à cidade do Porto.