AVIAÇÃO

Groundforce: Construir uma greve unitária para garantir salários e postos de trabalho

Depois de quase ano e meio de Pandemia continuamos a ver que esta não toca igual a todos. Os patrões continuam incólumes e os trabalhadores despedidos e com salários em atraso. É assim em muitas empresas e, paradigmaticamente, na aviação e na Groundforce.

Podemos dizer que tudo começou na TAP, empresa mãe e quem realmente manda. Com a pandemia, os trabalhadores da companhia aérea viram o acelerar do deteriorar das suas condições provocadas pela gestão privada. A nacionalização, com reestruturação imposta pela União Europeia e aplicada sob a presidência de Portugal e do governo PS deu o mote para o setor e diríamos até para os trabalhadores portugueses. Por isto dizemos que mais do que nunca há que unificar as lutas e entender que TAP e Groundforce fazem parte do mesmo pacote e que os trabalhadores do grupo necessitam de se organizar para uma resposta conjunta.

Na Groundforce, desde o início da Pandemia, já foram despedidos mais de 1000 trabalhadores, despedimentos ilegais pela sua condição contratual. Os que ficaram, cerca de 2400, continuam com créditos por receber: entre salários, subsídios de férias e atualizações nas carreiras. Hoje para os trabalhadores da Groundforce o futuro é incerto. Fala-se em ser vendida a privados, da execução das ações penhoradas pelo atual patrão, a somar à incerteza de uma apocalíptica insolvência.

Os sindicatos que representam os trabalhadores da empresa convocaram greves totais e parciais para o mês de julho e início de agosto, assim como greve ao trabalho suplementar. Está convocado ainda um plenário de um dos sindicatos para dia 15 de julho. Poderiam tê-lo já feito em março, quando os trabalhadores da Groundforce enchiam as ruas do país, mas assim não o entenderam, muito menos deram hipótese de escolha aos seus associados. Hoje, embora estas greves tenham sido convocadas nas secretárias, abre-se uma esperança no caminho da luta dos trabalhadores no terreno da mobilização. Ficando o espanto de como os sindicatos hoje aparecem divididos quando sempre apelaram à “unidade” na negociação, aparecendo agora cada um a convocar dias diferentes de greve. É uma equação simples: muito mais forte estará a luta dos trabalhadores se construída de forma unitária.

Neste sentido, esperemos que o plenário de dia 15 de julho se transforme num plenário de todos os trabalhadores e não somente de alguns associados, e que as greves distintamente marcadas se tornem as greves de todos. A unidade hoje é ainda mais necessária.

O Em Luta apoia a mobilização dos trabalhadores da Groundforce reafirmando que o caminho para se garantir os salários e os postos de trabalho é retirar os privados da empresa e tornar o transporte aéreo um serviço totalmente público e com garantias para os seus trabalhadores, com o fim de se prestar um serviço seguro e de qualidade. É por isso que defende a nacionalização da empresa sem cortes de direitos e sem despedimentos. A greve e a mobilização de todos os trabalhadores da aviação contra as administrações e o Governo é fundamental para se alcançar a vitória.

PELO PAGAMENTO INTEGRAL DOS SALÁRIOS E DAS DÍVIDAS AOS TRABALHADORES!

CONTRA OS DESPEDIMENTOS NA GROUNDFORCE E NA TAP!

UNIDADE DE TRABALHADORES GROUNDFORCE E TAP!

PELA NACIONALIZAÇÃO DO SETOR DA AVIAÇÃO!