A NOSSA CLASSE

Banca, mais um setor vítima da pandemia capitalista

Os processos de reestruturação na pandemia começam a ficar na moda. A banca é um dos setores que está a sofrer desta receita aplicada pelos chefs banqueiros e degustada e aplaudida pelo Governo e União Europeia. A receita dos planos é a mesma em todo o lado.

Primeiro rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, espremidas dos trabalhadores pelos departamentos de recursos humanos através de coação. Depois, só depois, após banho maria é que se anuncia o despedimento coletivo. Patrões e Governo ficam assim na fotografia como tendo feito tudo ao seu alcance para minorarem o inevitável estado pandémico, mas mais não fizeram do que garantirem ou aumentarem as suas taxas de lucro através de mais exploração, desemprego e precariedade. Porém, com uma resposta dos trabalhadores, é possível reverter o resultado a favor de quem trabalha.

Nacionalização da banca para benefício da economia e o combate à corrupção e fuga de capitais

A pandemia não pode servir como desculpa para tudo. Muito menos quando Governo e Comissão Europeia privilegiam a economia e grandes empresários (banqueiros) face à resolução da grave crise de saúde. Um exemplo atual é a forma como têm lidado com a vacinação, a sua produção e patentes. Esta conhecida desigualdade crónica do capitalismo torna-se evidente quando tratam setores com lucros milionários com ajudas de Estado multimilionárias. Portanto, quem paga não devem ser os trabalhadores, mas sim os banqueiros. Por isso dizemos ser fundamental o controlo da banca pelo Estado, ou seja, a sua nacionalização com o controlo dos trabalhadores bancários.

A nacionalização da banca não só ajudará a controlar a corrupção, tornando casos Salgados, Berardos e Vieiras improváveis, como barrará a fuga de capitais do país, as tantas centenas de milhões de que ouvimos falar todos os anos. Controlaria também a aplicação de condições de crédito reais, garantindo juros efetivamente baixos. O comando da finança e da economia da nossa sociedade tem de sair das mãos de Salgados e Botins e passar para a mão do Estado e dos trabalhadores, para assim organizar de forma realista, sem especulações financeiras, e aproveitando todo o bolo para investimentos sérios e necessários na economia real ao serviço de todos.

A necessária unidade para lutar

Se a unidade para lutar entre trabalhadores e as suas organizações é fundamental, no setor da banca, então, ela é ainda mais necessária. Saudamos por isso a unidade dos sindicatos do setor da banca ao marcarem uma manifestação para dia 13 de julho. É um dia histórico para um setor que tanto fez na conquista de direitos no pós-25 de abril. É necessário, dada a gravidade da situação que são os despedimentos, que os trabalhadores e as suas organizações continuem a organizar conjuntamente ações, passando para outros patamares da luta, e a dar o sinal aos banqueiros e seus governantes de quem de facto move a banca. Há que pensar em construir uma greve na banca e chamar à unidade com outros setores também vítimas da mesma receita que os trabalhadores bancários, como é o caso da Altice, da TAP, Refinaria de Matosinhos, etc.

Assim, defendemos:

Fim dos despedimentos e dos programas de redução de trabalhadores!

Fim das horas extras não pagas! Cumprimento das 35h do setor da banca, como forma de garantir trabalho para todos!

Unidade para lutar com todos os setores atacados! Banca, Comunicações, Aviação, Transportes e Energia unidos contra as reestruturações e despedimentos!