As entidades e organizações reunidas no Congresso da CSP-CONLUTAS e no Encontro da Rede Sindical das Américas lançam um apelo a todas as organizações do movimento negro mundial para que se juntem à construção da Marcha da Periferia e do Novembro Negro 2017.
A burguesia cometeu o maior crime da História: a escravização de mais de 20 milhões de africano/as. Mais de metade morreu durante a deslocação do interior de África até aos portos ou navios negreiros que cruzavam o Atlântico com centenas de seres humanos acorrentados e tratados como se fossem animais. Devido ao alto índice de mortalidade nos seus porões, esses navios ficaram conhecidos como tumbeiros.
Eles também foram implacáveis com os povos indígenas. Exterminaram mais de 50 milhões em nome do capitalismo e sob a benção da Igreja.
No Brasil, mantiveram a escravatura por mais de 300 anos e quando aboliram a escravatura mantiveram o latifúndio, não deram educação nem emprego, mantendo o povo sem terra, sem emprego, sem educação e sem respeito humano.
Em África, dividiram o continente de acordo com o interesse do imperialismo; super exploraram a população; tiraram toda a soberania nacional; levaram todas as riquezas do continente.
No Haiti, invadiram o país várias vezes, instauraram governos fantoches e trouxeram tropas estrangeiras para reprimirem a população.
Tudo isso para garantirem os seus lucros e as suas riquezas.
Muitos herdeiros imperialistas reconhecem que praticaram todo esse holocausto. São réus confessos, porém impunes! Até hoje, nada fizeram para repararem tais atrocidades.
Pelo contrário, continuam o genocídio do povo negro e indígena na defesa dos interesses imperialistas, agora através de governos representantes e marionetes destes mesmos imperialistas.
Para nós, que construímos a Marcha Nacional da Periferia em vários países do mundo, é chegada a hora de mudar os rumos dessa história. É hora de intensificar a resistência negra, indígena, juvenil, feminina, LGBT e proletária que cresce por todo o país. É hora de unificar as lutas em torno da construção do Novembro Negro e da Marcha da Periferia, rumo a uma perspectiva de profunda transformação social e construção de um mundo sem exploradores e sem explorados.
Está na hora de acertarmos as contas!
Se os Estado Imperialistas cometeram um crime histórico, têm que pagar e reparar as suas ações.
Têm que indemnizar os quilombolas, os indígenas e as nações que foram espoliadas das suas riquezas e da possibilidade de desenvolvimento social.
A nossa juventude negra e indígena tem que ter futuro. Os nossos povos têm que ser indemnizados com políticas para a saúde pública, nacionalização dos hospitais, projetos educativos de formação e qualificação profissional e projetos de criação de emprego pleno para toda a população dos países explorados.
Os imigrantes têm direito a nacionalidade e a direitos plenos nos países que foram beneficiados com a exploração dos povos africanos, asiáticos e das Américas.
Nenhum direito a menos para os trabalhadores e imigrantes. Os ricos que paguem pela crise!
Plano de construção de obras públicas para gerar empregos.
Imediata suspensão do pagamento de todas as dívida públicas!
Vamos organizar os povos explorados a nível internacional.
Instalar em cada país os Conselhos Populares dos trabalhadores explorados, onde as decisões sejam tomadas de forma coletiva e democrática.
Apoiar a luta dos imigrantes em todo o mundo.
Combater todas as formas de racismo e de preconceito opressor.
Exigir reconstrução e indemnização dos países imperialistas aos países que foram prejudicados com a exploração capitalista.
Reunião de países e entidades no Congresso da CSP CONLUTAS e na Rede Sindical das Américas.
Texto originalmente publicado aqui.