O Governo do PS/Costa, apoiado pelo BE e PCP, também conhecido como Geringonça, não reverteu a austeridade sobre os trabalhadores da Função Pública (nem do setor privado).
Não repôs as perdas salariais e de poder de compra constante que deixam os trabalhadores na miséria, depois de vários anos de congelamento de salários e de carreiras. Os professores continuam a trabalhar anos a fio a contratos e não viram os seus anos de carreira reconhecidos. Setores fundamentais, como os Auxiliares de Ação Médica ou os Enfermeiros, continuam sem ter carreiras e especialidades. A precariedade está longe de ter acabado, sendo que o PREVAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública) tem deixado de fora milhares de funcionários e nos serviços encontra diversos entraves das chefias para que se possa concretizar. O SIADAP (Sistema de Avaliação de Desempenho) continua a bloquear a progressão de carreira (e de salário) a milhares de funcionários. A maioria dos serviços sofre de falta de funcionários e de recursos financeiros, vivendo estrangulado pelas metas do défice do ministro Centeno. Sem dar direitos aos trabalhadores da Função Pública, não é possível ter serviços públicos de qualidade!
A greve que hoje decorre é por isso fundamental para lutar pelo fim da austeridade na Função Pública, seja para os seus trabalhadores seja para garantir serviços de qualidade que sirvam a todos os trabalhadores. O Em Luta está totalmente solidário com esta greve, pois é preciso dizer que enquanto o Governo do PS, com o apoio do PCP e BE, dá milhões aos banqueiros e aos patrões, enquanto adianta o pagamento da dívida, enquanto corta no orçamento da Função Pública (diretamente ou através das cativações) para ter o défice mais baixo do que o exigido pela UE, recusa-se a melhorar as condições dos trabalhadores e a reverter a austeridade e estrangulamento de direitos e serviços públicos herdados de Sócrates e Passos Coelho.
Mas esta greve não pode ser apenas um ato isolado. Como mostraram a luta dos estivadores e, antes, a da Autoeuropa, a precariedade e a falta de perspetivas de futuro e de condições salariais afetam todos os trabalhadores, e em particular as mulheres, os trabalhadores negros e imigrantes, que são os que têm os piores trabalhos e salários!
É preciso um processo de luta que junte trabalhadores públicos e privados pelo aumento imediato do salário mínimo para 750€ (a caminho de um salário mínimo nacional de 1000€, que permita viver com dignidade), pela efetivação de todos os trabalhadores ao fim de 1 ano e pelo fim dos falsos recibos verdes e do trabalho temporário/outsorcing, por contratação coletiva que dê perspetivas e carreiras a todos os trabalhadores, pela suspensão do pagamento da dívida e pelo fim do cumprimento do défice para gerar dinheiro para serviços públicos de qualidade, carreiras e salários de todos os trabalhadores!
É preciso devolver tudo o que Passos e Portas roubaram! É preciso acabar com a austeridade, já!
Todo o apoio à greve da Função Pública!
Unificar as lutas de todos os setores num grande dia nacional de luta!