Com o fim de um governo que pôs o país à venda, estamos diante de novas eleições. As crises políticas são cada vez mais presentes em Portugal, revelando a incapacidade do regime em resolver as ânsias da população.
Não vemos em Portugal apenas uma crise política; essa é acompanhada de uma crise social que se aprofunda cada vez mais. Vemos a situação do SNS, piorar com filas de espera, encerramento de urgências e falta de médicos. Vemos a crise na habitação, que faz com que seja cada vez mais difícil ter uma casa para morar. Vemos a desvalorização dos profissionais da educação. Isso tudo acompanhado da regra dos baixos salários, num país onde o custo de vida é cada vez mais alto. A situação de abandono do país é consequência das escolhas políticas que António Costa e os seus aliados fizeram ao longo dos 8 anos de Governo. O PS vende o país sem pensar nas consequências ambientais e sociais.
A AD (PSD e CDS) representa a volta dos tempos de Passos Coelho/Troika. Junto com a Iniciativa Liberal, querem um país de baixos salários e trabalhos precários, diminuindo o peso do Estado e dilapidando os serviços públicos. André Ventura e o Chega, que são sustentados financeiramente por super-ricos como Carlos Barbot( Tintas Barbot), João Pedro Gomes (BSG Advogados), Miguel Félix da Costa (Castrol), João Mário Brava(Sodarca), entre outros, longe de trazerem menos corrupção ou melhoria das condições de vida, defendem mais PPPs e vistos gold (berços da corrupção), uma destruição ainda maior dos direitos da classe trabalhadora e a divisão dos trabalhadores com o racismo e a xenofobia.
Os sucessivos governos de PS e PSD/CDS são submissos às multinacionais, aos patrões e à UE e duros contra os trabalhadores e o povo pobre. Enquanto Portugal é o país do turismo, quem cá vive tem cada vez piores condições de vida. A tão anunciada queda da dívida portuguesa é fruto do governo das contas certas do PS, que asfixia o financiamento dos serviços públicos e os direitos laborais para se mostrar um bom cumpridor dos desmandos da UE.
A Geringonça (PS, PCP e BE) não acabou com a austeridade nos setores públicos e nos locais de trabalho, pelo contrário, reforçou o PS e trouxe-nos até à situação atual. Por isso, uma alternativa não pode passar nem pela defesa, nem pela sustentação de um futuro governo do PS.
PS e PSD/CDS são a continuidade da crise política e social. A extrema-direita vende falsas soluções, quando está de mão dadas com os poderosos do sistema. PCP e BE alimentam ilusões numa nova Geringonça, quando migalhas não são suficiente. Não é possível resolver verdadeiramente a crise social do país aliados com o PS e sem romper com as regras do jogo da UE e da dívida.
Contudo, nestas eleições estamos perante o aumento do peso parlamentar do Chega, que não é apenas eleitoral, mas é também social, fruto dos anos de desesperança desde 2008. O Chega cresce do descontentamento, mas alimenta ideias de ódio, de racismo e xenofobia, que têm de ser combatidas. Longe de defender melhores condições de vida para a classe trabalhadora e o povo pobre, defende a retirada de direitos e o favorecimento dos serviços privados.
Contra o PS, AD e Chega apelamos ao voto crítico no BE ou PCP. Diferentemente do que defende a direção do BE e PCP, acreditamos que nenhuma Geringonça serve aos trabalhadores. Mas contra o governo do PS que vende o país, contra a AD que pretende a volta dos tempos de Passos Coelho/Troika e contra o Chega que é o capataz da política liberal e autoritária ao serviço dos patrões, chamamos ao voto crítico no BE ou ou PCP.
Não podemos ter ilusões nas eleições para resolver a crise social. Governe quem governe, PS ou PSD/CDS, temos de organizar a luta para a defesa dos nossos direitos. A classe trabalhadora em luta, junto da juventude, pode mostrar a força de uma alternativa de independente dos patrões. Por isso defendemos toda a unidade para lutar. É preciso reforçar e retomar as lutas dos profissionais de educação, em defesa da educação e do SNS, organizar a luta pelo aumento geral de salários e pensões e unificar as lutas dos ativistas climáticos com a classe trabalhadora.
Precisamos de um programa de urgência que defenda:
- Aumento Geral de salários e pensões!
- Controlo público dos preços das casas! Preços e rendas vinculados à evolução dos salários! Regular o mercado de arrendamento! Proibir os despejos!
- Valorização dos serviços e funcionários públicos da Educação e da Saúde!
- Fim dos falsos contratos a termo e dos falsos recibos verdes! Fim do trabalho temporário e da subcontratação! Acabar com a proliferação do trabalho por turnos e da laboração contínua!
- Diminuição da idade da reforma para quem trabalha por turnos!
- Prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores!
- A restrição da imigração aumenta a imigração clandestina e o tráfico humano. Direitos iguais para todos, ninguém é ilegal!
- Revogação imediata de todos os projetos de mineração de lítio em Portugal! Parar já todos os projetos que destroem o meio ambiente!
- Nacionalização da EDP, GALP, REN, sob controlo dos trabalhadores! Por uma transição energética que proteja o ambiente e defenda os direitos dos trabalhadores! Contra a farsa do capitalismo verde! Só com medidas anticapitalistas podemos salvar o planeta!
- Contra os abusos dos banqueiros, os bancos que paguem o aumento dos juros! Nacionalização da banca, sob controlo dos trabalhadores! Acabar com os fundos de investimento imobiliário!
É preciso construir uma alternativa revolucionária da classe trabalhadora! Por um governo sem compromissos com os patrões, que resolva a crise social e dê um novo rumo ao país! Por um governo da classe trabalhadora!

