Hoje, 28 de agosto de 2017, trabalhadores e moradores mostraram a sua força contra os neonazis e os grupos de extrema-direita, que tinham convocado a marcha “Não ao marxismo”. Na realidade, os racistas estavam apavorados e derrotados e apenas alguns poucos compareceram. Não passarão… e não passaram!
A nossa manifestação “Berkeley Contra o Ódio” (Berkeley Against Hate), que contou com a participação de mais de 10 sindicatos, da grande maioria dos grupos socialistas e de muitas organizações comunitárias e religiosas, reuniu 3000 pessoas no cruzamento entre Oxford e Addison e um painel variado de oradores.
Depois de marchamos até ao centro da cidade para mostrarmos a nossa força e determinação de combate ao racismo, à supremacia branca e ao fascismo e de nos juntarmos ao contingente do SURJ, juntou-se a nós uma marcha de 500 pessoas de uma comunidade religiosa com um forte contingente afro-americano. O dia de luta terminou com a derrota total das forças de direita na Praça MLK, no centro de Berkeley.
Nós, os socialistas que organizámos a marcha (ISO, Workers’ Voice e DSA), falámos no final do evento Berkeley Rally Against Hate. Estavam também presentes outros grupos, como o Left Party (Partido de Esquerda), a Socialist Action (Ação Socialista), o Revolutionary Workers Group (Grupo Revolucionário dos Trabalhadores) e a Socialist Alternative (Alternativa Socialista). Construímos uma frente única principista e conseguimos mostrar uma direção unida, independente e democrática. Mostrámos que são os trabalhadores que gerem a cidade, recordámos às pessoas os séculos de opressão colonial que o governo dos EUA apoiou e ainda apoia e deixámos claro que não tememos os nossos inimigos de classe, independentemente do seu tamanho ou forma.
Porém, a Administração da Universidade da Califórnia mostrou hoje as suas verdadeiras cores através do reitor Chris e da UCPD: eles, que estão tão preocupados com a liberdade de expressão de Steve Bannon ou de Milo Yiannopoulos, enviaram sucessivamente mensagens assustadoras e infundadas a todos os estudantes e trabalhadores dizendo-lhes para “ficarem longe” do nosso evento pacífico. Além disso, na noite anterior, cercaram com barreiras de betão todo o relvado onde era suposto manifestarmo-nos e instalaram uma entrada com “checkpoint de segurança”, proibindo faixas, cartazes, mochilas, alimentos e água, entre muitas outras coisas. Queriam limitar o caráter democrático e político do nosso evento, e teriam criado um enorme risco de segurança se tivéssemos feito a manifestação dentro da sua pequena gaiola, pois as pessoas não podiam mover-se livremente.
Recusámo-nos a protestar cercados e vigiados por polícias porque nos recusamos a defender os nossos direitos democráticos sob a liderança policial de uma universidade que equipara a “liberdade de expressão” a “Steve Bannon” e ao fascismo. É por isso que nos reunimos pacificamente na rua ao lado do relvado cercado e garantimos a nossa manifestação com a nossa própria equipa de segurança, para garantirmos a paz dos nossos, expulsarmos provocadores e assegurarmos que as pessoas se expressavam política e artisticamente como entendessem. E saímos vitoriosos.
Hoje, também a cidade de Berkeley e o seu autarca Arreguin mostraram as suas verdadeiras cores: a sua política oportunista de duas caras e, em última instância, a sua capitulação à extrema-direita. Por um lado, o autarca atacou a nossa manifestação: recomendou vivamente à população da cidade que “ficasse em casa” e não fosse à nossa contra-manifestação, enviou polícias de manhã para nos ameaçarem e tentou proibir a nossa manifestação na rua. A sua Polícia atacou a nossa marcha para prender dois dos organizadores da nossa equipa de segurança, que integravam uma corrente humana para separar dois fascistas provocadores da multidão (isto é, acusando o nosso partido, pois um dos detidos é uma camarada nossa) e deixou os fascistas irem embora a rir. O autarca e a Polícia também restringiram a nossa liberdade de expressão.
Por outro lado, o mesmo autarca que, de forma oportunista, mudou de opinião na terça-feira e deu um fraco apoio à nossa passeata quando pressionado pelos sindicatos, teve o descaramento de ir acompanhado pela Polícia até ao nosso carro de som para exigir falar na manifestação!!! Queria subir ao mesmo carro de som que a sua própria Polícia tinha ameaçado retirar à força das ruas poucas horas antes! É claro que nós, os socialistas, dissemos “nem pensar!”. E ele, incrédulo, teve de dar meia volta e ir embora.
Hoje, milhares de pessoas mostraram em Berkeley que não temos medo da extrema-direita (“alt-right”), que os marxistas têm uma forte história e determinação na organização antifascista e que estamos prontos para enfrentarmos as provocações que estão para vir. E esperamos que para a próxima as nossas fileiras socialistas sejam ainda mais fortes!