Somos trabalhadores, lutadores e ativistas do movimento sindical, das lutas dos negros e dos imigrantes, dos movimentos sociais que entre 2011 e 2013 tomaram as ruas do nosso país, da luta pela igualdade das mulheres, da luta contra as propinas e seus aumentos que marcou gerações de estudantes. Não nos contentamos com o projeto de vida e de país que a sociedade capitalista nos reservou e, por isso, contra todas as adversidades, estamos EM LUTA.
Sentimos que no nosso país falta uma organização política que responda às necessidades da classe trabalhadora; que enfrente com clareza e determinação o atual Governo, que se diz de esquerda mas continua a financiar banqueiros e os lucros dos patrões, enquanto mantém a austeridade para os trabalhadores; que rompa com a União Europeia e o Euro, instrumentos centrais do ataque aos trabalhadores; que tenha um projeto revolucionário e não se fique pelas tentativas – historicamente falhadas – de reformar o capitalismo; que seja uma alternativa não apenas à direita e ao PS, mas também ao PCP e BE, como partidos que alimentam nos trabalhadores as ilusões de conciliar os seus interesses com os da burguesia; um partido que se centre na luta da classe trabalhadora e seus sectores mais oprimidos e não nas eleições e numa política individualista, mediática ou populista.
Queremos construir uma nova organização que esteja junto dos trabalhadores nas empresas, junto dos bairros da periferia, respondendo ao problemas dos trabalhadores, ao racismo, à xenofobia, à violência policial e à discriminação sobre as mulheres. Queremos estar junto dos que estão EM LUTA e construir uma organização que esteja ao serviço de mobilizar os trabalhadores contra o capitalismo, para tomar o poder e construir uma sociedade socialista, sem exploração e sem opressão.
Temos um percurso na construção de um projeto político revolucionário em Portugal. Alguns de nós participaram ainda do 25 de Abril e da esquerda revolucionária daquele período, ajudámos a construir o Ruptura e uma corrente revolucionária dentro do Bloco de Esquerda, e posteriormente o Movimento Alternativa Socialista.
Para nós, a luta dos trabalhadores só pode ser internacional. Por isso, somos uma organização simpatizante da Liga Internacional dos Trabalhadores-Quarta Internacional, uma organização revolucionária internacional, com presença em vários países europeus e latino-americanos.
Este texto é uma apresentação das bases centrais sobre as quais queremos construir uma nova organização e um convite a contribuírem para a sua construção.