O ano de 2016 não deixou ninguém indiferente.
Foi um ano de crise da União Europeia (UE), com o Brexit da Grã-Bretanha, a crise dos principais governos europeus e a questão dos refugiados, que mostrou a verdadeira cara da UE: a Europa Fortaleza.
Foi um ano de continuação da guerra na Síria e do massacre de Allepo, marcado pela solidariedade internacional, mas também pelo vergonhoso papel de parte da esquerda mundial, que continua a defender o ditador Assad, apesar dos seus atos terroristas.
Foi o ano da vitória de Donald Trump nos EUA, revelando o falhanço da política de Obama e o perigo de, na busca por uma alternativa, um sector dos trabalhadores acreditar numa saída xenófoba e populista burguesa para a crise.
2017 terá de ser, por isso, um ano de maior polarização social. Frente a Trump (e a Le Pen), saltam os defensores das opções “moderadas”, mas, para combatê-los, são cada vez mais necessárias saídas radicais – aquelas que vão à raiz dos problemas. Não numa perspetiva racista e nacionalista, mas numa perpetiva revolucionária, ao serviço dos trabalhadores.
Em Portugal, 2016 foi o ano de teste do novo Governo. A austeridade continua para os trabalhadores e jovens. O Governo, a esquerda parlamentar e Marcelo Rebelo de Sousa querem vender ilusões de mudança, mas continuamos no país dos salários baixos, da precariedade crescente, das pensões miseráveis, da emigração imparável, da dependência do pagamento da brutalidade da dívida e das regras de austeridade orçamental da UE. Por debaixo da aparente “unidade nacional”, os trabalhadores continuam a pagar a crise, enquanto os patrões e banqueiros continuam a ganhar à nossa conta.
Entramos num novo ano, mas com os mesmos problemas. Não podemos ficar à espera do governo e da “boa” vontade dos patrões. As promessas vãs não põem pão nas nossas mesas. É necessário voltarmos às lutas para exigirmos as mudanças verdadeiramente necessárias.
É preciso fazer de 2017 um ano de luta e vitórias!