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Romper com o défice e a austeridade! Reposição imediata das carreiras e direitos dos professores, setor público e privado!

Na passada semana, o PS foi derrotado na Assembleia da República na sua proposta de repôr aos professores apenas 2 anos, 9 meses e 2 dias, sendo aprovada a reposição do total em atraso: 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo de serviço. O PS ameaçou demitir-se caso, no próximo dia 15 de maio, o Parlamento reafirmasse esta proposta “incompatível com o compromisso das contas públicas”.

Em primeiro lugar, fica claro que, apesar de eleito em Portugal, António Costa é o Governo de Bruxelas – o défice e a dívida acima de tudo – e não o Governo da população que o elegeu.

Em segundo lugar, o Governo quer que paguemos 886 milhões de euros do Banif e BPN (além do que continuamos a pagar de todos os outros bancos), mas não pode pagar 481 milhões de euros para repor direitos aos professores e a outros setores da Função Pública. Além disso, os trabalhadores do privado continuam sem ver revertida a austeridade laboral! A Geringonça governa para banqueiros e patrões às custas dos trabalhadores.

Perante a manobra de Costa, desafiamos todos os partidos a manterem a sua posição de voto. No entanto, PSD e CDS – que só votaram para conseguirem os votos dos professores – já dizem que condicionam nova votação às contas de Bruxelas, o que demonstra bem a sua política de subserviência à UE e a mentira de qualquer tentativa sua de se oporem à austeridade.

Já PCP e BE votaram do lado dos professores, mas votaram também o Orçamento do Estado, que mantém austeridade para o público e o privado enquanto dá dinheiro aos bancos. Não se pode estar dos dois lados. Ou se está com os professores e com os trabalhadores, ou se está com o Governo. Nem a esquerda – e muito menos a direita – se mostram capazes de romper com o garrote financeiro da UE. 

A esquerda parlamentar é cúmplice da austeridade e mostra-se incapaz de lutar até ao fim pela reposição de direitos, pois está presa pelo seu apoio ao Governo e pela sua conciliação com os patrões. Não é por acaso que as mais importantes lutas de trabalhadores que enfrentaram a Geringonça saíram todas por fora dos sindicatos tradicionais e muitas delas foram mesmo atacadas pela esquerda.

Nós, no Em Luta, estamos do lado que sempre estivemos: com os professores, os estivadores, os trabalhadores da Autoeuropa, os enfermeiros e os motoristas de matérias perigosas, do público e do privado, pela reposição dos direitos e salários que lhes foram roubados.

Mas sabemos também que enquanto estivermos dentro da União Europeia e do Euro, só teremos mais e mais austeridade; veremos repetidamente os nosso direitos a serem trocados pelos interesses dos banqueiros e dos patrões. Estas são as regras para estar dentro da UE e do Euro. Não há outras. Só uma Europa dos trabalhadores e dos povos, uma Europa sem exploração e opressão, permitirá uma vida vida digna a quem trabalha.

Por isso, nestas eleições europeias, votamos contra a direita e a Geringonça, porque eles significam a continuidade da política do défice/banca/dívida contra os trabalhadores e os povos. E defendemos que é preciso romper com a UE e o Euro para acabar com a austeridade e construir uma verdadeira alternativa para os trabalhadores.