
Numa manifestação que teve lugar na cidade de Cafunfo, província da Lunda-Norte, a Polícia Nacional e o exército dispararam contra a população indefesa, provocando 16 mortes confirmadas pelos ativistas, bem como 19 feridos.
Neste protesto, convocado pelo Protectorado Lunda-Tchokwe para simbolicamente a assinalar o 236º aniversário da Conferência de Berlim, que dividiu África entre as potências imperialistas europeias, os manifestantes reivindicavam o fim dos roubos e assassinatos que as forças do Governo têm feito historicamente, relembrando que a região do povo Lunda-Tchokwe é uma área de extração diamantífera, onde todo o tipo de atrocidades são cometidas em nome da exploração desse mineral. À população das Lundas tem faltado tudo: água potável, eletricidade, estradas transitáveis, infraestruturas médicas básicas. Tudo isto numa região cuja riqueza é explorada por consórcios estrangeiros como a De Beers.
Acima de tudo, a revindicação histórica deste movimento é a autonomia do antigo Reino Lunda-Tchokwe, enquanto nacionalidade esmagada pelo regime.
A manifestação foi convocada há mais de um mês, porém, o regime fez todos os esforços para tratá-la como uma conspiração, prendendo inclusive várias figuras do Protectorado, perseguindo e aterrorizando quem ousa denunciar os crimes cometidos ao longo de décadas nas Lundas. Após a chacina, já foi montada na televisão pública uma narrativa de insurreição violenta, repudiada por todo o ativismo em Angola, e rejeitada por imagens e vídeos que demonstram a frieza da Política assassina do MPLA e dos seus colaboradores.
Num momento em que a juventude se rebela contra o regime, este envia uma mensagem clara a todos os que lutam. Porém, a Rebelião em Angola não poderá ser parada. Cada vez mais ativistas se juntam para derrotar a ditadura de João Lourenço e dos seus generais. Rodearemos esses companheiros de solidariedade militante!
Há que continuar a expor e a denunciar o MPLA e os seus apoiantes estrangeiros (UE, China e EUA), bem como as organizações que, como o PCP, em Portugal, o apoiam publicamente.
Não há qualquer saída para o povo explorado dentro do regime do MPLA, partido carrasco da Revolução Angolana e do povo angolano.
Fora MPLA! Fora JLo! A nossa solidariedade para com o povo lunda-tchokwe!
Redação