A NOSSA CLASSE Nacional

Ante o “vazio” da crise governativa, unidade para lutar pela dignidade dos de baixo!

2021 tem sido apontado pela elite como o ano da retoma. Porém, a realidade da classe trabalhadora é outra, vivendo com orçamentos apertados constrangidos por aumentos dos preços dos combustíveis, uma realidade salarial muito abaixo do custo de vida, apoios estatais insuficientes, vínculos cada vez mais precários e rendas exorbitantes.

A juntar a isto, nas empresas, são os mesmo de sempre a pagar a conta: os trabalhadores. Temos visto na Refinaria de Matosinhos, na TAP, na Groundforce, na Altice e na Banca, com os despedimentos e restruturações, mas também na Construção Civil, nas Limpezas, na Restauração e na Segurança Privada, onde durante a pandemia a exploração aumentou e se cruzou ainda mais com a opressão racista e machista, que deixa muitos trabalhadores na base da pirâmide social.

É sobre este esmagamento constante que sobrevive o regime, retirando-nos o direito a realizar o futuro com planos e sonhos, mesmo tendo trabalho.

É preciso ir às ruas!

Torna-se imperativo ir para as ruas lutar, pois os anos de Governação do PS com o apoio da esquerda mostraram-nos que dentro deste regime nunca deixamos de ser roubados. Só a unidade dos setores em luta pode garantir que atravessemos a crise em condições para enfrentar as contrapartidas das bazucas de Bruxelas.

Para que esta unidade se concretize é necessária uma mudança na política do PCP e do BE, que desarmaram a resistência no pós-Passos Coelho e que, no caso do PCP nos locais de trabalho, continuam a deixar isolados os setores em luta. A estratégia destes partidos, essencialmente focada no Parlamento, tem impedido os trabalhadores de se enfrentarem com os governos e de se rebelarem, e tem mantido isolados os setores que lutaram, como a juventude negra, os estivadores, os camionistas de matérias perigosas, os trabalhadores do Handling, os operários da AE, entre outros…

Somos bem concretos no chamado a uma unidade ampla para lutar hoje contra aos ataques que nos podem custar muito caro amanhã.

Unidade para lutar

Para que esta unidade se concretize é necessário um plano conjunto de lutas com todas e todos que queiram opor-se aos ataques em curso. Por isso defendemos, nos sítios onde lutamos, um rumo alternativo às direções da CGTP e da UGT. Um sindicalismo independente não só dos patrões, mas também dos partidos, que tome as suas decisões democraticamente, promovendo o debate entre todos os trabalhadores, principalmente os mais precários e oprimidos. Um sindicalismo que lute contra a opressão racista, machista e LGBTIfóbica, que se bata por ser cara de TODOS os trabalhadores. Uma alternativa combativa, com fundos de greve, paralisações efetivas e não simbólicas que demonstrem aos trabalhadores a força da nossa classe, solidária nacional e internacionalmente com os setores em Luta. Um sindicalismo que não negue a unidade para lutar, apesas das diferenças de opinião.

“Precisamos de um sindicalismo que jogue para ganhar e não para perder com poucos!”

O sindicalismo não basta, é preciso combater o sistema

Mas não só de sindicalismo se faz a luta. É preciso questionar o capitalismo pela sua incapacidade estrutural de garantir a estabilidade e bonança por que todos ansiamos. É preciso ver em cada um dos problemas que nos levam a lutar os motivos de uma rebeldia mais global, mais estratégica, que nos leve àqueles que se indignam com a injustiça do domínio dos patrões, da opressão, da destruição do nosso ecossistema, e aponte à revolução socialista.

A sociedade capitalista, neste estágio de destruição pelo ímpeto do mercado, sequer garante que estaremos cá daqui por 100 anos. Para superá-la, propomos a criação de uma organização da nossa classe que se construa e fortaleça nas lutas, que em todo o momento faça avançar a nossa consciência, que coloque os trabalhadores, heroínas e heróis das contas certas, a decidirem e a gerir a vida das suas empresas, dos seus bairros e dos seus filhos nas escolas e universidades, que destrua a competição entre povos.

Redação