Em um recente inquérito, realizado pelo Centro de Psicologia da Universidade do Porto, quase 1 a cada 10 jovens LGBTIs disseram já terem sido alvo de tentativas de reconversão sexual – e as supostas “terapias de reconversão sexual” continuam a não ser proibidas. Não é por acaso que 81,7% responderam esconder sua identidade de gênero ou orientação sexual de todos os professores e funcionários das escolas.
Enquanto isso, o Governo do PS – o mesmo que nos últimos dias propôs medidas que pretendiam punir os médicos e profissionais da saúde pela realização de abortos e pela identificação de ISTs – continua a ser conivente com os discursos não só da extrema direita, mas de vários setores conservadores, contra a “ideologia de género” nas escolas. No ano passado, após um pedido de fiscalização promovido por deputados do CDS e do PSD (e um deputado do próprio PS), o Tribunal Constitucional chumbou as normas que propunham medidas de proteção da identidade de género nas escolas – e sobre isso nada voltou a dizer o PS.
Sob esse Governo – aliás continuidade do anterior Governo da Geringonça – as LGBTIs continuam a sofrer discriminação nas escolas, a ocupar os postos de trabalho mais precários ou a serem postas à parte do mercado de trabalho. Continuam sem acesso, principalmente a população trans, a cuidados de saúde – situação que só se agrava com a precarização do SNS.
A opressão e exploração a que a população LGBTI é submetida, e a divisão que essa opressão gera no seio da classe trabalhadora, na sociedade capitalista, serve ao aumento dos lucros dos patrões. Por isso, reafirmamos: as LGBTIs não são doentes! Doente é esse sistema que lucra com a opressão!
Nesse 17 de maio, reafirmamos que o caminho para a defesa dos direitos LGBTIs, e inclusivamente para o combate aos ataques dos setores mais conservadores, não passa pela confiança neste Governo e nem nas instituições da democracia dos ricos, que dia após dia sustentam esse sistema que lucra com a nossa opressão e exploração. O caminho para a defesa dos direitos LGBTIs passa por organizarmo-nos com o conjunto dos trabalhadores e dos seus setores oprimidos na luta por uma sociedade verdadeiramente livre de toda a opressão e a exploração.