Em meio a uma realidade económica cada vez mais impagável para largas franjas da população, o governo de António Costa anunciou a “Agenda do Trabalho [In]Digno”. Ao contrário do que o título indica, o governo aprofundou a lógica de um mundo laboral refém das ETT’s e da subcontratação, mantendo a caducidade da contratação coletiva a pairar sobre os trabalhadores. Ao mesmo tempo tem encenado o teatro da semana de quatro dias, que sem falar da redução da jornada de trabalho sem redução de salário de nada serve aos trabalhadores.
Vendendo uma imagem de melhorar a situação dos mais jovens, as medidas apresentadas não dão resposta para quem procura uma solução para a precariedade e os baixos salários. Hoje já são mais de um quarto dos trabalhadores a ganhar o salário mínimo, num contexto em que o salário médio não aumenta e que o número de trabalhadores com contratos precários é enorme.
Diante da inflação galopante e do trabalho precário seria necessário congelar o preço dos bens essenciais, da energia e da habitação, aumentar salários, reduzir a jornada de trabalho para as 35 horas sem redução de salário, o fim das empresas de trabalho temporário, limitar a subcontratação, implementar a efetivação ao fim de um ano de contrato, impedir a desregulamentação de horários por meio da limitação de licenças de laboração contínua e de trabalho por turnos apenas aos sectores essenciais e aos que possuem exigências técnicas para tal. Mas sobre isso António Costa e o seu governo não têm uma única palavra.
Na outra ponta da Europa, a agressão à Ucrânia continua. Com a resistência e o consequente prolongar da guerra, há um crescente impacto da mesma no resto do mundo nomeadamente com a latente crise alimentar. Neste contexto, começam a ser ensaiados os discursos para uma paz ao serviço do invasor. Por esse motivo é tão importante a continuidade de iniciativas de apoio e solidariedade dos trabalhadores à resistência ucraniana, pelo direito dos ucranianos à sua terra, contra as falsas saídas da NATO, da UE e do fantoche Zelensky.
