EDITORIAL

Da luta contra a Troika à maioria absoluta do PS: como chegamos aqui?

A 12 de março de 2011, 300 mil pessoas ocupavam as ruas em Portugal. A batalha era para que a conta da crise económica não caísse sobre as costas dos trabalhadores e da juventude. A crise fez-se sentir com particular força em Portugal, a partir de 2011, e teve como consequência colocar a nu o lugar periférico e subordinado da economia portuguesa dentro da União Europeia.

EDITORIAL LEGISLATIVAS 22

Ninguém fala da UE | Para romper a submissão é preciso uma nova revolução

Lá se vão os tempos em que uma Comissão Europeia definia diretamente o que se podia ou não fazer no orçamento português. Impuseram os cortes nos salários, nos direitos e nos serviços públicos. Impuseram o déficit orçamental e aumentaram a dívida do país. Não temos memória curta. Tudo isto foi com a subserviência do PS, não só do PSD. A Troika lá se foi e há quem diga que já não manda aqui. Viramos a página da austeridade. Agora são novos tempos e é preciso investir no país. Será?

EDITORIAL

O que eles querem é virar o disco e tocar o mesmo

A crise governativa coloca em discussão os projetos políticos maioritários apresentados ao país. Costa, Marcelo e Rui Rio parecem desentender-se, mas representam o projeto político dos ricos de Portugal. A luta entre eles agora é pela conquista de mais deputados, mas têm o mesmo projeto estratégico para Portugal: acentuar a dependência perante a União Europeia, para que os ricos portugueses, como sócios minoritários das multinacionais europeias, continuem a lucrar sob as costas dos oprimidos e explorados.

EDITORIAL

Que saída para uma eventual crise política?

A hipótese de o Governo não conseguir aprovar o OE 2022 coloca em debate as consequências de uma crise política. Se o Governo cai, quem beneficia? Nas últimas sondagens, realizadas antes das autárquicas, o PS teria um pequeno crescimento nas legislativas, o Chega poderia ser a terceira força política, disputando diretamente com o BE, e a CDU e o PSD cairiam. Se o cenário se mantém, nenhuma das forças políticas em posição de chumbar o orçamento beneficiariam com novas eleições em janeiro.