Nacional Partido

Neste 1º de Maio, desconfinar as lutas de forma independente dos patrões e do governo

Vivemos tempos de crise e é preciso organizar a classe trabalhadora em defesa dos seus direitos. Nesta luta, os trabalhadores devem contar com a força da sua união, e não com o governo e os patrões.

A insegurança voltou a estar presente nas casas daqueles que vivem do trabalho. No último mês de março, o desemprego subiu 25% face a março de 2020. A pobreza, e com ela a fome, também cresceram, e hoje Portugal é o quinto país da União Europeia com mais pobreza entre quem trabalha. A vacinação segue lenta e, por isso, o descontrolo sob a pandemia ainda não deixou de ser uma ameaça à vida do trabalhador e da trabalhadora.

Desde o início da pandemia que os patrões não vacilaram em tentar colocar sobre os nossos ombros os custos desta crise. É a perda de rendimentos e o saque da nossa Segurança Social devido ao layoff; é o teletrabalho com perda de direitos e com o acumular das tarefas domésticas; é à volta ao trabalho presencial sem a garantia da segurança das nossas vidas. E é o desemprego. Os despedimentos coletivos mais que duplicaram no ano de 2020, e tudo indica que continuarão a subir.

Por sua vez, o Governo Costa manteve o seu papel de gestor dos negócios das grandes empresas. Quando o Governo facilita o layoff sem proibir os despedimentos, está a optar pela garantia do lucro dos patrões em detrimento dos rendimentos e do emprego dos trabalhadores.

A CGTP, dirigida pelo PCP, e a UGT, dirigida pelo PS, longe de defenderem os interesses dos trabalhadores contra os patrões e o Governo, apostam na via da conciliação e negociação. E já está mais que provado que quando se joga para o empate, dá em derrota. Não basta fazer greve e manifestações de calendário para pressionar o Governo por migalhas, como faz o PCP e a CGTP. É preciso organizar a luta da classe trabalhadora em defesa dos seus direitos, que só poderá ser vitoriosa se não apostar na confiança nos patrões e no Governo.

O caso da TAP e da Groundforce são emblemáticos. De um lado, estão os patrões a quererem defender os seus lucros, e do outro os trabalhadores, que precisam defender o emprego e os salários. Costa, quando renacionalizou a TAP, não garantiu os direitos dos trabalhadores e uma empresa ao serviço da população, mas sim o lucro do privado e mais uns tachos para os amigos. A maior parte dos sindicatos optou pela via da conciliação, o que levou à consagração de um acordo com um retrocesso histórico aos direitos dos trabalhadores. E na Groundforce, só com 11 manifestações é que os trabalhadores conseguiram garantir o pagamento dos salários, estando os rumos da empresa indefinidos pela subserviência de Costa aos interesses privados. Apenas com a nacionalização sob controlo dos trabalhadores que garanta os salários e impeça os despedimentos é possível uma solução.  

Também no combate à pandemia vemos essa contradição de interesses. Já há muitos anos que o SNS vem sendo atacado para favorecer os privados. E, por isso, só com a luta dos trabalhadores é que poderemos defender o SNS e aqueles que lá trabalham. 

Não há volta a dar, onde ganha o patrão, perde o trabalhador. E por isso não há conciliação possível. É preciso retomar os princípios do 1º de Maio e defender de forma intransigente a união dos trabalhadores contra os patrões. Por isso, é preciso desconfinar as lutas e garantir uma forte mobilização unificada do conjunto dos trabalhadores. Para unir a classe é preciso lutar contra o racismo, o machismo, a xenofobia e todas as formas de opressão que nos dividem e fortalecem os patrões.

Só com a nossa união e com luta poderemos defender o emprego, os salários e os nossos direitos, que estão a ser ameaçados por essa nova crise capitalista. E por isso a luta contra os patrões só pode ser vitoriosa se numa perspetiva revolucionária apontar uma alternativa de sociedade. Para lutar contra a exploração e a opressão é preciso lutar contra o capitalismo, que vive do lucro e da destruição. Só com uma nova sociedade os trabalhadores poderão ter a garantia dos seus direitos e viverem plenamente. Retomar os princípios do 1º de Maio é também retomar a luta por uma nova sociedade, socialista, sem explorados e exploradores, sem opressores e oprimidos.

Em Luta

Viva o 1º de Maio!

Viva a classe trabalhadora internacional!